sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um pouco do que não falei

     Ah... meu medo é sentir demais um sentimento divergente, é descobrir em meu peito a tua ausência enquanto no teu minha presença inunda. E ainda que exista, entre mim e ti, um abismo de disparidades, há uma tênue ponte de conformidade em madeira gasta que nos mantém. Abomino este tal setimento pertinaz, instável, petulante, que ludibria minha mente com fantasias e insensatez. Mas desejo-te e entrego-me aos teus braços ainda que com desconfiança e insatisfação. E desejo dizer-lhe que o amo ainda que não ame, ainda que o tempo nos seja muito jovem e o sentimento incerto, mas não o farei. Me empenharei a ser paciente na expectativa de que seja mais do que uma experiência, na esperança de que sinta minha ausência quando já não mais estivermos juntos e de que sorria apenas ao recordar os instantes que gozamos de tal paixão. Prometo-lhe veracidade em minhas palavras e atos, desde que tolere minha compulsiva individualidade egotista, pois como eu, conhece o prazer de uma alma livre em amar e continuar liberta.
     Ah... meu medo é você, é ter consciência de que o "nós" é tão efêmero a ponto de conhecermos sua data de validade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Rejeição

    São poucas as certezas que tenho na vida, entretanto, agora sinto a dor da certeza de meu fracasso. E como posso ainda carregar esta esperança em meu peito?! A matemática é irrefutável e os números não mentem. Como posso acostumar-me a rejeição? Deveria? Alguns diriam que não, eu diria que não, mas estou ficando cansada de me humilhar, de sacrificar-me todos os dias por algo que se faz, a cada etapa, tão distante. Será que sou tão ruim? Prefiro pensar que estou acima disso, que sou boa demais para me encaixar. Mas não consigo ser hipócrita a este ponto. Também sou incrédula em justificar minha falha no acaso do destino. Eu não quero ser medíocre, não posso ser, mas me sinto pior que isso: inválida e impotente.